Como já é de conhecimento de muitos de vocês, em função de aumento de casos de ansiedade, pânico e principalmente luto devido à pandemia, ocorrência nas quais a hipnoterapia pode ser de extrema ajuda e atendendo solicitações de consulentes, voltei a fazer atendimento em consultório. Também vou aproveitar este espaço para elucidar um pouco mais sobre a Hipnose, porque os tabus e medos, às vezes, nos impedem de usufruir os benefícios desta técnica, e para tanto reproduzo um artigo que já publiquei há alguns anos. Então vamos lá:
“- Parabéns, Claudinei! Até que enfim você vai atender às centenas de pedidos para escrever novamente sobre Hipnose. Confesso que também estou curioso a respeito desta mágica.
– Obrigado, mas antes de qualquer coisa é bom esclarecer que não existe nenhuma mágica na Hipnose, a não ser a ‘magia’ da própria arte. Realmente tenho sido cobrado, por muitos leitores, para escrever um pouco mais sobre as maravilhas desta técnica milenar, até hoje contestada por muitos e tido como ‘bruxaria’ por outros. Embora existam diversas teorias, na verdade, a ciência ainda não conseguiu esclarecer totalmente o processo fisiopatológico da Hipnose; contudo, somente quem teve contato com ela, pode avaliar os seus benefícios.
É impressionante o interesse que a Hipnose tem despertado durante as palestras que tenho realizado ao longo destes anos. No entanto, mais recentemente, parece que a curiosidade anda ainda mais aguçada, talvez mesmo porque em épocas conturbadas as pessoas buscam por fórmulas mágicas, gurus, magias ou tudo mais que possa trazer um alento de esperança e bem-estar. Nestas circunstâncias, o hipnólogo ou o hipnoterapeuta chegam a ser endeusados e até a receberem a carapuça de super-homens com poderes sobrenaturais, gurus e por aí afora; outros, ao presenciarem demonstrações em programas de TV, ou mesmo, durante cursos e palestras, não acreditam e acham que tudo não passa de truques.
– Claudinei! Mas cá entre nós, a coisa toda não é combinada antes? Já vi as suas demonstrações e confesso que fiquei abismado, principalmente quando você regride a pessoa ao nível intrauterino e ela assume a posição fetal a exemplo do que vi você fazer em algumas palestras.
-Você, que sempre me acompanha, sabe muito bem que eu procuro fazer as demonstrações com pessoas que não conheço ou que conheci naquele momento e posso garantir que não existem truques e muito menos qualquer tipo de combinações antecipadas.
– Inclusive aquilo tudo, que aquele argentino faz na TV?
– Você deve estar se referindo ao meu amigo Fabio Puentes, que é uruguaio e não argentino e um dos melhores hipnólogos que conheço e, também, um grande show man. A propósito, ele foi o meu primeiro professor de Hipnose e posso assegurar que tudo o que ele faz na TV é muito verdadeiro, embora sendo apenas uma hipnose de palco a qual sempre foi muito contestada pelos profissionais da área.
– Por que a hipnose de palco é contestada?
– Veja bem, quando praticada fora dos meios acadêmicos, isto é, em cursos ou grupos de estudo, ela assume um aspecto circense.
A maioria dos hipnoterapeutas não aprova esta prática da Hipnose, por achar que ela não contribui em nada em termos terapêuticos; contudo, inegavelmente, é uma grande ferramenta para mudanças comportamentais e de paradigmas. Sem sombra de dúvida, foi após as apresentações do Fabio Puentes na TV que a Hipnose voltou a despertar o interesse e, principalmente, o respeito que se deve a ela.
– Claudinei, qual a diferença entre hipnólogo e hipnoterapeuta?
– Esta é uma boa pergunta: hipnólogo é um facilitador, ou seja, um técnico que ajuda o indivíduo a entrar em hipnose; por sua vez, o hipnoterapeuta irá acessar os recursos do paciente hipnotizado para trabalhar terapeuticamente uma infinidade de problemas que podem ser tratados com a eficiência e principalmente na velocidade da hipnose..”
Volto com vocês no próximo mês. Um forte abraço,
Claudinei Luiz