Não sei se acontece também com você, amigo leitor, mas invariavelmente em alguns momentos do dia tenho a sensação de divagar no espaço, e durante lapsos de memória parece que minha mente é inundada de um vazio intenso. Confesso que de início tal sensação me preocupou, diria até que poderia ser um sinal de senilidade, não houvesse tal fenômeno se iniciado ainda em minha adolescência.
Tinha, então, 12 para 13 anos, e me lembro do surgimento dos primeiros questionamentos sobre a vida; lembro, também, que em algumas noites sentava-me na varanda de casa e ficava contemplando o céu, e em alguns lapsos de consciência deixava-me transportar, numa espécie de viagem astral, para algum lugar que provavelmente não exista em nosso universo físico, pois até hoje não consegui identificar onde poderia ser. A mais tenra lembrança que tenho é que quando achava que iria chegar a tal lugar sentia um desespero imenso para voltar, porque algo me dizia que minha mente não estava preparada ainda para o que ia encontrar, e como no despertar de um sonho regressava para o aqui e agora com a sensação de ter realizado uma viagem de alguns dias, quando na realidade tudo não passava de alguns segundos.
Você deve estar questionando, que louco isto, Claudinei, ou será que você já era louco e não sabia (rs)?
É, talvez eu continue e não saiba (rs), mas, a verdade é que à medida que fui crescendo e aprendendo, me dei conta que tais questionamentos não eram exclusividade minha e, sim, que tinham sido a mola mestra da existência de grandes sábios, a exemplo de Sócrates, Demócrates, Platão entre tantos outros, que há milhares de anos já queriam saber quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Infelizmente, ou será que felizmente, até hoje não sabemos a resposta, mas com certeza estes sábios filósofos descobriram respostas que nos ajudam a amenizar a espera da resposta final.
E você, querido leitor, já parou para pensar? Você já sentiu esta sensação de vazio interior, já se permitiu soltar os freios e dar asas à sua imaginação? Se não, experimente e depois me escreva dizendo o que sentiu.
– Mas, Claudinei, e eu que nunca tive esta sensação?
– Então não se preocupe com isto, ainda não é o seu momento, mas se quiser sentir algo semelhante, aprenda a meditar. Para não divagar muito e filosofar pouco quero concluir dizendo que até hoje não consegui entender o porquê de nunca ter conseguido chegar àquele “lugar”, mas quando estou em busca dele, e sinto aquele vazio profundo, cada vez mais sinto a presença de Deus.
Depois de filosofar um pouquinho, voltamos ao mundo real e lembramos que no próximo mês teremos eleições. Como vocês já sabem, esta revista não tem posição político-partidária; contudo, abraçou uma campanha, a exemplo de outras eleições, para que votemos nos candidatos de nossa região.
Então, não desperdice o seu voto. Independente do partido, vote em quem, depois de eleito, você possa olhar no rosto e cobrar o que foi proposto na campanha.
Forte abraço e boa leitura.
Claudinei Luiz