Sim, acredite, todos os Natais são mágicos, mas o deste ano deverá superar a todos, porque será uma festa de agradecimentos por tudo que passamos neste período de pandemia e em especial para mim, que sobreviví a um acidente (caí de uma escada rolante no metrô de Milão) que poderia ter ceifado a minha vida, mas que não passou de fortes escoriações. Momento para que voltemos a sonhar, a deixar de lado as questões politicas partidárias e de nos unirmos para fazermos o melhor para o nosso País, mas principalmente para nós mesmos.
– Poxa, Claudinei! Você sempre se emociona quando chega dezembro. Fale um pouco sobre o que é o Natal para você.
– Claro, meu amigo leitor, mergulhe comigo no texto que segue, publicado há alguns anos, mas muito atual:
Confesso que esta época já exerceu em mim um fascínio muito maior do que agora; contudo, aos poucos tento reincorporar a energia que sentia ao se aproximar o mês de dezembro.
Dia destes, ao montar a nossa árvore de Natal, me dei conta que o fascínio na verdade nunca tinha deixado de existir, e que apenas o tempo não me permitia parar para apreciar calmamente o pisca-pisca da árvore e toda a simbologia ali representada. Parei por alguns instantes e fiquei observando e permitindo que a minha mente viajasse para a minha infância. Foi uma sensação deliciosa recordar aqueles momentos e descobrir o quão valiosos eles eram para mim; talvez a energia gerada fora tanta, que o pisca-pisca, de repente, parou de funcionar. De início fiquei chateado, mas posteriormente entendi que a magia estava apenas iniciando, e que a repentina quebra era apenas para me direcionar a uma loja de artigos natalinos e sentir todo o clima reinante na enorme variedade de enfeites de Natal. Não preciso dizer que a vontade de ser criança foi resgatada, e com ela a eterna magia e a certeza que o meu editorial deveria falar do Natal. Aproveitei, então, como já disse, uma crônica que fiz há alguns anos, a qual transcrevo a seguir:
“E novamente o Natal chegou. Para muitos, tempo de benção do Céu para ser compartilhado com aqueles que amamos, ou nos aproximarmos daqueles que ainda não sabemos se amamos ou, sequer, sabemos que existem. Para outros, tempo de tristeza, da busca do eterno vazio, provocado, talvez, pela ausência do tão esperado Papai Noel, aguardado nos tempos de criança, mas que nunca desceu pela chaminé de nossas casas para deixar o presente encomendado, até porque, em alguns casos, nem existia a casa, quanto mais a chaminé. Os filmes e canções natalinas, todas importadas, aguçavam tanto a nossa fantasia, que chegávamos a alucinar e ver neve no dia de Natal.
Aliás, nem mesmo sabemos ao certo se Jesus nasceu em um dia 25 de dezembro, e muito menos do ano exato. Contudo, não importa a data, mesmo porque o tempo é um mero referencial estabelecido inicialmente por processos empíricos e, posteriormente, por equações matemáticas, as quais se perdem no próprio tempo e que em termos absolutos nada medem.
Hoje sabemos que tudo em nossas vidas é relativo e para não complicar, e pouco filosofar, quero dizer que os conceitos de bem e mal, bom e ruim, novo e velho, longe e perto, entre tantos outros, somente têm sentido quando existe um referencial comparativo. Este referencial é construído e moldado por nosso sistema de crenças e valores, aprendido durante a nossa infância.
Tudo isto para dizer que Natal é tempo de voltarmos a ser crianças, esquecer que crescemos e passamos a racionalizar tudo, inclusive questionando a data de nascimento de Cristo. Vamos nos permitir ser irracionais e liberar nossas mentes, para que livres possamos vagar no tempo e ir ao encontro daquele momento especial que um dia existiu na vida de todos nós e que realmente nos mostrou o significado da vida: para muitos, este momento foi chamado de amor.
E já que o tempo é relativo, transforme este momento no aqui e agora e juntos vamos criar uma sinergia para celebrar o que Jesus realmente queria: alegria, gratidão, esperança, luz e fé. Na ceia vamos nos alegrar e aquecer o espírito com a bebida vinda da ‘fonte de água viva’ que se transforma em vinho, que todo o alimento tenha gratidão, que os presentes tenham a marca do amor e que a sobremesa mais saborosa seja o perdão. Tenho fé que Deus estará entre nós comemorando também o aniversário de seu Filho e nos abençoando para que esta sinergia de amor continue a cada dia do próximo ano”.
Não pretendia me estender tanto, mas sempre acontece quando lembro o que o tempo de Natal significava para mim, quando criança; volto e tenho vontade de permanecer mais tempo lá, não pelos presentes ou pela comida, porque vindo de uma família humilde ainda busco muitos vazios a serem preenchidos; mas na humildade de meu lar, junto a meus pais, sentia amor e muito de perto a presença de Deus.
Meu espaço acabou e não falei nada sobre nossa edição de Natal, a não ser para dizer que nossa equipe se esmerou para fazê-la ainda mais bonita, como um presente especial para você, que nos acompanhou durante o ano todo. Sendo um presente não vamos estragar a surpresa: abra-a bem devagarzinho e deguste cada uma das editorias, porque elas estão repletas de amor e qualidade de vida.
Que a presença de Deus esteja presente neste tempo de Natal, e durante todos os tempos, são os meus votos e os da equipe MercNews.