Nascido em Santo André, formado em Administração de Empresas, casado e empresário, o vereador Carlos Roberto Ferreira cumpre seu sexto mandato, agora para o período 2021-2024. Eleito em dezembro último à presidência da Câmara Municipal andreense para o biênio 2023-2024, Ferreira tomou posse em janeiro passado, trazendo na bagagem toda a sua experiência como parlamentar, seu conservadorismo de ideias e sua inovação nas ações em favor do cidadão andreense.
Filiado ao Republicanos desde dezembro passado, o vereador, até então do PSDB, foi ainda líder do governo de Paulo Serra na Câmara Municipal de Santo André.
MercNews – Presidente, durante sua posse, em janeiro, o senhor declarou que dará continuidade ao trabalho executado pelo seu antecessor, Pedrinho Botaro. Nestes dois meses que se passaram desde então: algo mudou na sua gestão?
Carlos Ferreira – A mudança é feita “pari passu” e só percebemos à medida que as coisas avançam e, nesses dois meses que deixamos para trás já conseguimos ver mudanças importantes dentro do Legislativo, principalmente nas questões administrativas, tecnológicas e estruturais da Câmara. Começamos reformas importantes que não podem ser proteladas, precisam ser feitas e já estamos a todo vapor. Voltamos a realizar o “café com presidente” todas as manhãs, no nosso gabinete, com as portas abertas; esse café nos proporciona entender melhor as dificuldades no dia a dia e isso amplia nossa comunicação e nos aproxima mais das melhores soluções. Encontramos durante esses 60 dias os setores de Compras, TI e Infraestrutura, e todos os dias fazemos isso para poder ouvir de perto o servidor da nossa casa de lei, que é a peça fundamental da Câmara e que dá seguimento às nossas ações. O servidor da Câmara é uma extensão do nosso mandato, porque teremos dois anos para realizar algo, que posteriormente continuarão mantendo. Podemos chamar de legado da presidência.
MN – Ao longo de sua carreira política em Santo André o senhor apresentou muitos projetos. Qual ou quais o senhor destacaria como de grande relevância para a cidade?
CF – Foram muitos os projetos desafiadores da minha carreira, são mais de 30 anos atendendo aos interesses dos meus eleitores e da cidade como um todo, entendendo que a sociedade está em constante transformação e mudamos nossa forma de nos relacionarmos com as pessoas e precisamos entender como funciona essa comunicação. Mas, para sermos compreendidos temos que compreender; existe uma parte da sociedade feita de pessoas que prezam pelo respeito e, baseado nesse pensamento, temos um projeto que apresentamos no município de Santo André, que foi a proibição de banheiros multigêneros, com espaço comum em estabelecimentos públicos e privados – a proibição foi para garantir o respeito e privacidade, porque trazia um desconforto para munícipes que frequentam Shoppings e espaços públicos, isso é entender a sociedade num todo. Outro projeto importante para quem tem fé foi tornar igrejas e templos religiosos, serviços essenciais durante pandemias, endemias ou estado de calamidade. Perdi pessoas importantes nesta pandemia, tivemos um bombardeio de notícias da mídia em geral, foram mais de 699 mil mortes em todo Brasil, não há como ter paz na alma e espírito, quando entre essas pessoas estavam amigos, parentes, jovens e idosos e a fé, muitas vezes é o melhor caminho para suportar a angústia e tristeza.
MN – Apesar de falar em continuidade, como o senhor vê Santo André neste momento?
CF – Tenho que parabenizar o Pedrinho Botaro (PSDB) pelo ótimo trabalho que desempenhou na presidência nos últimos quatro anos. Graças a ele hoje temos um Legislativo fortalecido e trabalharemos para deixá-lo ainda mais forte. Essa ‘continuidade’ será importante, pois nossa cidade, que esse ano completará seus 470 anos, é um exemplo de superação. Vimos uma Santo André forte durante a pandemia, um prefeito que não foi omisso frente a essa calamidade pública e de forma surpreendente superou todas as dificuldades e hoje colhe frutos na saúde, com aprovação de mais de 80% da população andreense. A cidade vacinou idosos, jovens e crianças, portanto, vejo Santo André, uma cidade que ganhou força no enfrentamento à covid-19 e amadureceu. Essa maturidade será refletida nos nossos jovens nos próximos anos.
MN – Tem algum projeto em pauta já em curto prazo?
CF – Temos inúmeros projetos que precisam ser tocados na presidência e melhorar a velocidade dos trabalhos internos. Por exemplo, não é possível que a Casa demore dois anos para comprar cadeiras para vereadores com sobrepeso, que é um pleito de muito tempo. Olhar para o serviço funcional da Câmara e dar mais agilidade nos serviços de manutenção e nas reformas dos gabinetes. Temos que dar o exemplo de inclusão. Isso é trabalhar para a Casa e por aqueles que compõem a Câmara, atendendo às solicitações do tribunal de Contas (TCESP).
MN – Na sua visão, qual é o seu principal desafio para os próximos dois anos?
CF – Tenho como principal desafio, aprimorar a interlocução da administração do prefeito Paulo Serra (PSDB) com o Legislativo, melhorar essa relação com o Executivo e conseguir também um acesso mais direto com os secretários. É importante que o parlamentar, que foi eleito pela população e representa os moradores, possa ter um atendimento diferenciado e, isso eu consigo fazer; que o vereador seja recebido com atenção na representação dos seus projetos, e isso nos faz crescer, gerando benefício à cidade. Apoiar o chefe do Executivo, com parceria e cordialidade, numa relação próxima, buscando sempre o melhor para nossa cidade, para que a democracia andreense continue cada vez mais fortalecida.