Animais foram resgatados pela PM em aeroporto; cobras vieram de outro estado e estavam armazenadas em recipientes de plástico
O Zoológico de São Bernardo, localizado nas dependências do Parque Municipal Estoril, no Riacho Grande, recebeu a apreensão de 12 serpentes vítimas de tráfico e maus-tratos. Os animais foram resgatados pela Polícia Militar Ambiental no aeroporto de Congonhas, na Capital, e estavam armazenados em recipientes de plástico.
As cobras, a maioria delas filhotes e das espécies Boa constrictor e Epicrates cenchria (conhecida como jiboia arco-íris), foram ilegalmente enviadas da Paraíba pelos correios para serem comercializadas no mercado ilegal. As serpentes, naturais da Amazônia, chegaram debilitadas e com sinais de desidratação. Duas delas, porém, já chegaram sem vida.
No Zoo de São Bernardo, que também funciona como centro de tratamento e recuperação de animais da fauna silvestre vítimas de maus-tratos, as serpentes estão recebendo tratamento e alimentação. Veterinário do zoológico, Marcelo Gomes explicou que o retorno das serpentes à natureza é improvável, já que os animais estão em cativeiro há algum tempo. “São animais que possuem uma série de implicações para a conservação. Elas são tiradas da natureza e condenadas a viverem o resto da vida em cativeiro, já que o processo de reintrodução é bastante complicado”, explicou, ao citar riscos às próprias serpentes e outros animais, como como transmissão de doenças.
Segundo ele, a prática do tráfico implica ainda no risco da transmissão de doenças para outros animais e para os próprios seres humanos. “É uma prática ilegal, abominável e que a gente precisa combater. No fundo, o grande segredo do combate ao tráfico de animais é evitar que as pessoas comprem. Se não tem procura, não tem oferta. Temos que denunciar. Se alguém testemunhar a venda ilegal de animais, chame a polícia”, alertou o especialista.
A lei de crimes ambientais (Lei nº 9.605/98) prevê pena de prisão de seis meses a um ano para quem “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente”. Casos de maus-tratos e tráfico de animais podem ser denunciados pelo telefone 153 da GCM Ambiental, (11) 4330-6007 da Delegacia de Investigação de Infrações e Crimes contra o Meio Ambiente (Dicma) e 190 da Polícia Militar.
O Zoo de São Bernardo fica dentro do Parque Municipal Estoril (Rua Portugal, 1.100), no Riacho Grande.
Imagens: Gabriel Inamine/PMSBC