Elas são a ‘ponte’ entre o Instituto Arany Marchetti e as instituições que assistem os ‘invisíveis’, promovendo a assistência social por meio do atendimento e
assessoramento com ações sociais, educacionais, esportivas e de capacitação profissional.
Quem acompanha a trajetória da OSSEL Assistência sabe que a empresa, muito além de voltada apenas ao segmento funerário, também aposta e muito na vida, na saúde, apoiando desde sempre instituições diversas com doações e arrecadações, organizando campanhas, promovendo cursos em variados segmentos e para diferentes públicos e mais ainda, atuando também na área esportiva com corridas como a OSSEL Run, por exemplo, que em sua quarta edição, realizada no último domingo de maio, foi um grande sucesso de participação.
Mas, todas essas ações, muitas delas pontuais, tomaram nova dimensão quando a Rosangela Alves Marchetti e Cinira Sanchez decidiram não só ‘organizar’ e aprimorar este trabalho social, mas ainda expandi-lo, voltando o olhar também para a Educação, segundo elas, a base de tudo.
O resultado foi a fundação do Instituto Arany Marchetti, que desde janeiro de 2022 vem atuando oficialmente já com muitos frutos colhidos, baseado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. “Os cinco objetivos que escolhemos como os pilares do IAM são Erradicação da Pobreza, Saúde e Bem-Estar, Educação de Qualidade, Trabalho Decente e Crescimento Econômico, Paz Justiça e Instituições Eficazes”, observam.
São elas que contam para os leitores da MercNews mais um pouco desta história e o objetivo de cada um destes pilares, missão da entidade.
Da Redação
“Marinheiras de primeira viagem”. Foi assim que Rosangela e Cinira se definiram, para dizerem (humildemente) que, apesar de ativas no mercado de trabalho, só com a ‘cara e coragem’ sem medo e sem qualquer temor de ousar, arregaçaram as mangas e, com a ajuda da amiga Lilian, expertise em Terceiro Setor e que hoje trabalha também na empresa, tomaram a decisão de criar a entidade. “Só tínhamos a boa vontade e desejo de acertar”, pontuam.
Rosangela é uma delas. Vinda de Sorocaba ainda recém-casada, chegou a Santo André em 1997 onde, junto ao marido começou a oferecer planos funerários da OSSEL Assistência, “visitando clientes de porta em porta”. Mas, o tempo passou e ela, que cresceu lado a lado com a empresa, hoje é vice-presidente da OSSEL Assistência, trabalhando diretamente com Gestão de Pessoas.
Já a parceira, Cinira, trabalha há 21 anos na companhia, onde atuou por 17 anos no departamento financeiro e há quatro responde pela área de Projetos onde realmente tudo começou, ocupando hoje o cargo de diretora Corporativa Estratégica.
E, como foi isso? É Cinira quem responde. “Durante todos estes anos passados atuando no Financeiro, pude constatar ‘in loco’ o quanto a OSSEL Assistência fazia pelo Social em várias vertentes, tanto em Sorocaba e entorno, como em Santo André e região do ABC, colaborando com os mais diversos programas com foco no bem-estar das pessoas, em qualquer situação. “E era difuso, porque na verdade desde que foi criada em Sorocaba há 35 anos, e com 25 anos em Santo André, jamais foi omissa quanto ao seu papel social e, assim, colaborava com quem solicitasse”. “A bem da verdade, isso está mesmo no DNA da OSSEL porque, mesmo sem ter esta noção, o meu sogro criou a empresa visando a ajudar as pessoas especialmente em um momento tão triste, como a perda de um ente querido”, complementa Rosangela.
E foi tudo isso, mais um sem número de considerações, o que levou Cinira a ‘rascunhar’ um projeto social idealizado por Rosangela: a criação do Instituto.
O primeiro passo
Rosangela conta que com o falecimento do sogro, ela e o marido começaram a pensar mais a fundo em tudo o que Arany tinha realizado ao longo de tantos anos. “Falo do legado que ele nos deixou (a mim e ao Cesar) e como entre nós surgiu a definitiva certeza que também teríamos que deixar um legado solidificado para nossos filhos, para que eles também possam, um dia, dar continuidade a este trabalho. Foi quando surgiu a ‘sementinha’ da criação de um Instituto, uma Fundação. Assim, ao transformar o Instituto em um projeto especial, vimos ali a oportunidade de realizar e consolidar nossas aspirações, dando seguimento ao trabalho de Arany, iniciado há mais de 30 anos”.
Segundo elas, fácil não foi. “O primeiro passo foi juntarmos todos os documentos e exigências necessários para abrirmos um Instituto com este perfil. Muita burocracia que, aliada à pandemia, retardou o processo ainda mais. A aguardada autorização saiu em dezembro de 2021 e já em janeiro de 22 pudemos efetivamente começar a trabalhar”, diz Cinira, adiantando que em paralelo ela e Rosangela, fazendo a ‘lição de casa’, já tinham entendido todo o trabalho da OSSEL Assistência junto às várias instituições, passando então a organizar este trabalho. “E isso nos levou a outro patamar, abrindo novas conversas com foco na ação social”, pontua ela, explicando que a partir daí começaram a inverter o processo, isto é, iniciando visitas a entidades voltadas ao atendimento de crianças, adolescentes e idosos que até então ajudavam, mas, no entanto, sem conhecer exatamente o trabalho de cada uma delas. “Este foi o primeiro passo e quando surgiu a premência da Educação”, diz Rosangela, explicando que numa das primeiras visitas, numa instituição em Sorocaba, teve a lição definitiva do diretor da Casa. “Se vocês quiserem ajudar, estendam o olhar. Não adianta dar uma cesta básica, uma roupa quente, um remédio, por exemplo. Isto resolve a questão naquele instante, mas o problema continuará existindo. Vocês precisam ir na base. A educação é o caminho. Foi uma grande lição”.
O passo seguinte e o seguinte…
Os próximos passos vieram a seguir. A OSSEL Assistência continuou com todas as iniciativas e incentivos de sempre, mas Cinira sempre junto com a chefia, foi quem deu o tom, com o Instituto passando a abraçar o trabalho de entidades idôneas, com trabalho responsável, conhecendo a fundo estes projetos. “A partir daí fomos definindo as prioridades e então partimos por trabalhar baseados nas ODS, da ONU, como já citado aqui, e aí definimos cinco objetivos com os quais iríamos trabalhar. O de maior importância, dentre eles, foi o da Educação, e aí já focamos nas instituições com esse perfil”.
A partir daí Cinira e Rosângela conseguiram abrir um edital, ano passado, nas regiões de Sorocaba e no ABC, convocando instituições a participarem com seus projetos. “Criamos em paralelo um comitê interno para avaliar estes projetos, e, a partir de então, já começamos a apoiar estes trabalhos com recursos destinados ao Instituto advindos de duas empresas do Grupo, a Sorocaps e a OSSEL Assistência”.
Cinira cita o Instituto Inhayba, em Sorocaba, que recebe crianças e promove atividades extracurriculares, no contraturno do período escolar. “Entre estas atividades, chamou nossa atenção um curso voltado à formação digital dos alunos, apresentando-os a esta tecnologia. Em paralelo passamos a trabalhar também com capacitação de jovens residentes em Casas de Acolhimento, em parceria com o Sebrae, visando a preparar estes adolescentes para o mercado de trabalho, tão logo atinjam a idade para deixar o local”.
No Morro do Kibon, em Santo André, por exemplo, o IAM vem trabalhando com a capacitação de atendidos na instituição beneficente Irmã Marli, que atende diariamente 400 crianças com diversas atividades educacionais, servindo 500 refeições/dia e oferecendo assistência para mais de 150 famílias. “Também acabamos de inaugurar uma unidade do IAM, em Mauá, para ampliar nossos trabalhos na região do ABC”.
Parcerias: um desafio a ultrapassar
Ainda na etapa de conhecer e entender o trabalho de tantas entidades, o IAM até agora vem atuando com recursos do Grupo, conforme já dito, mas, segundo elas, a próxima etapa será captar recursos, fechando parcerias com empresas, grandes ou pequenas, dispostas a ajudar. “O fato é que há grandes projetos para todas as áreas que se olhar, e mais que isso, muitas querendo – e podendo – ajudar. Com essas parcerias poderemos ampliar em muito tais iniciativas, unindo forças para que determinada ação possa alcançar maior número de pessoas”, detalha Cinira.
“Quer fazer o bem e não sabe a quem, procure a gente”, brinca Rosangela, lembrando que isso inclui pessoas físicas e frisando que o Instituto hoje já conta com várias ações diretas e indiretas junto a crianças e adolescentes ligadas especialmente à educação complementar, colaborando essencialmente para que este público tenha visão de mundo que foge ao básico, que é o que as instituições, especialmente as Casas de Acolhimento, têm condições de oferecer. Para os idosos, o apoio é diuturnamente garantido.
Experiência única…
Para Cinira, este trabalho à frente do IAM vem sendo uma experiência única, já que a vida toda trabalhando com resultado focado em números, hoje vê, como resultado, pessoas. “E isso não tem preço”, descreve, revelando o quanto de gente ‘do bem’ tem encontrado neste caminho e, muitas vezes, de forma anônima. “Aliás, projeto de voluntariado também está no nosso radar”, afora os da ‘Cultura de Paz’ e do ‘Jovens Talentos’, estes entrando em fase de construção”, resume.
… e um desafio
Para Rosangela, o seu maior desafio é expandir esta iniciativa cada vez mais, com a consciência que o trabalho não acabará nunca, mas com a certeza inabalável que o IAM se tornará um legado – para os filhos e sociedade. “Sabemos que nem termina um projeto e já estaremos envolvidos em outro, mais outro e por aí vai, mas também acreditamos que é um trabalho que certamente renderá muitos e muitos frutos nestes tempos que virão”.