No auge da carreira profissional e vida pessoal, ela comemora a nova clínica e lança livro, reforçando o tamanho da sua vocação
Marise faz parte daquele grupo que, muito cedo, descobriu o que queria fazer dentro da profissão. Com mais de 20 anos de Medicina, ela conta que o seu interesse pela Ortomolecular surgiu da sua vivência clínica, logo nos primeiros anos de formada. “Não me sentia confortável, isso porque no dia a dia, restrita a uma área de avaliação, fui percebendo que o cuidado com o paciente deveria ir muito além das referências laboratoriais, que ele deveria ser avaliado de forma integral, até para ter um envelhecer saudável e uma vida plena, já que nossa expectativa de vida tem aumentado nos últimos anos”.
Foi com essa premissa, aliás, mais ainda, com essa determinação, que ela se aprofundou nos estudos – médico jamais para de estudar – e decidiu assim dar uma guinada na sua carreira profissional, passando a se dedicar integralmente à Prática Ortomolecular, orientando pessoas para que tenham um envelhecimento com qualidade e acompanhando especialmente pacientes com sobrepeso e obesidade, lutando para desmistificar o estigma de que estes têm pouca força de vontade.
Segundo ela, tem dado muito certo! “Ofereço o que há de mais atualizado disponível na Medicina e, como costumo falar em consulta, esse paciente precisa da nossa mão. Então, só solto quando ele já estiver pronto para caminhar sozinho. Acredito que o processo da perda de peso seja muito mais que subir numa balança, e o resultado é empoderador! Um resgate da autoestima e sua repercussão em todos os aspectos da sua vida”.
Prestes a completar 50 anos de idade, Marise Trincha Chmeliauskas celebra também o consultório novo, em Santo André, e o lançamento do livro Receitas para a Vida – por enquanto só para pacientes -, escrito em parceria com a culinarista Lilian Pina, e sobre o qual fala também nestas páginas da MercNews.
Da Redação
Conhecida no mundo há mais de 60 anos, a Terapia Ortomolecular – que se baseia na nutrição das células do corpo com nutrientes específicos que a pessoa necessita para tratar insuficiências e deficiências nutricionais -, foi pensada para melhorar a saúde, levando a um envelhecimento saudável, prevenindo e tratando doenças, com um só objetivo: promover a qualidade de vida da pessoa.
No caso de Marise, foi pensando no paciente como um todo – sentimento este que já trazia desde o início da carreira – e sua definitiva percepção quanto a isso, que decidiu dar o passo além, passando a se dedicar unicamente à Ortomolecular. Para tanto, segundo ela mesma conta, mergulhou nos estudos, partiu para a pós-graduação, acabando por abrir seu próprio consultório – aliás, as portas -, com dois grandes focos: atender pacientes interessados em garantir qualidade de vida e um envelhecer mais saudável e, principalmente, aqueles interessados em perder peso, que pouco a pouco foram se tornando maioria entre seus pacientes. “E isso porque esta é uma população especialmente desgastada por questões que envolvem a perda da autoestima. E aqui ele é acolhido”, diz ela, explicando que está mais do que na hora de desmistificar a visão que normalmente se tem de uma pessoa obesa. “A obesidade é uma doença multifatorial, e é preciso acompanhar esse paciente de forma integral. Assim, como já disse, além de oferecer o que há de mais moderno na Medicina, tenho por premissa segurar a mão deste paciente, só soltando quando ele estiver – e se sentir – apto, para seguir sozinho. Para minha alegria tem dado muito certo, porque vejo uma pessoa chegar aqui para uma primeira consulta acabrunhada, triste e, depois de um tempo, vê-la chegar mais magra, sorrindo mais, falando mais, enfim, mais autoconfiante, não tem preço”, enfatiza Marise, frisando que, aliás, o emagrecer é um processo muito transformador.
Como explica, a obesidade está crescendo muito em todo o mundo e está relacionada a várias doenças, como hipertensão arterial, diabetes e alguns tipos de câncer. “O emagrecer está relacionado a ter saúde, ter longevidade, viver bem e ter relação com o ‘como você se coloca no mundo’. E isso é a coisa mais bonita neste processo. Entre outros tantos benefícios, o emagrecimento melhora sua mobilidade, sua beleza aparece mais, ele (o paciente) se torna – e se vê – como uma pessoa mais interessante. É muito lindo tratar e ter sucesso com o tratamento de uma pessoa obesa. Finalmente, ela não vai precisar mais se esconder e tem consciência disso. É o que este processo tem de mais bonito. É isto que chamo de um processo empoderador”.
Segundo Marise, por conta “deste sucesso”, tem visto o movimento da clínica aumentar muito. “Isto, para mim, é a prova que estou no caminho certo, porque este é o tipo de tratamento que traz ao consultório uma pessoa que conheceu alguém, para o qual a Ortomolecular atingiu o resultado esperado”, comemora, informando que todos os seus pacientes, sem exceção, têm seu celular pessoal, porque, “quando digo que dou a mão para ele, eu dou a mão para ele”. Marise conta ainda que em seu consultório, hoje, homens e mulheres a procuram na mesma proporção. “ Em relação à idade, atendo adultos a partir dos 18 anos. Coincidentemente, antes desta entrevista, tinha acabado de atender uma senhora de 91 (rs)”.
Cada um é um
Premissa número um, Marise vê cada paciente como um ser completo, com todas as particularidades – e peculiaridades – a que tem direito. E isso, segundo explica, começa já na primeira consulta. “Demora ‘muuiiito’ (diz, divertida), porque quero saber de absolutamente tudo. História familiar, doenças prévias, tratamentos atuais, trajetória e estilo de vida, infância”, destacando que esta primeira consulta é sempre muito longa para que, além da completíssima anamnese, possa pedir exames pertinentes para começar o acompanhamento. “Tem até lição de casa”, frisa ela, contando que explica item por item o que o paciente precisa saber, inclusive quanto a referências laboratoriais, observando que a partir destes resultados faz então o diagnóstico, determinando medicamentos, suplementos e orientação de dieta. “Neste quesito eu oriento sobre os tipos de alimentos, prescrevo, trato insuficiências e deficiências, daí a ideia deste livro Receitas para a Vida, recém-lançado que, espero, possa ajudar muito, já que traz receitas diversas, para todos os gostos. Mas, importante esclarecer que quem determina quantidades, por exemplo, é a nutricionista, é ela quem porciona o que este paciente deve ingerir. A ideia é nortear o paciente em sua alimentação, visando a colher, sempre, o melhor resultado para ele”, detalha.
O desafio… e o sonho
Comemorando as conquistas que vem amealhando junto aos pacientes, Marise diz que, hoje, seu principal desafio profissional é para que sua área seja, no mínimo, respeitada. “Como em qualquer segmento dentro da Medicina, nós somos profissionais médicos, que estudamos muito, nos baseamos em literaturas científicas. Ciência no nosso campo de atuação é tudo”, pontua.
Quanto ao sonho, ela revela que quer continuar a aprimorar seu conhecimento, estudando cada vez mais, porque as pessoas que a procuram colocam nas suas mãos o que elas têm de mais precioso, ou seja, sua própria vida. “Então, eu preciso fazer jus a isso, eu preciso estar à altura para cumprir este papel, o que me faz querer estudar mais, me especializar mais para que, a cada dia, eu possa oferecer o que há de melhor para essa pessoa. Enfim, eu amo muito o meu trabalho, eu respeito muito quem me procura, respeito muito quem está sentado à minha frente. Então, o que eu peço muito é para continuar tendo saúde para cuidar das pessoas que me procuram. Quero continuar nesta vida por muito e muito tempo”.
A vida como ela é
Amante de esportes e adepta fiel de musculação – que pratica diariamente “faça chuva ou faça sol” -, Marise louva sua vida pessoal com Wagner, o marido, e Nikolay, o filhote de 10 anos, já federado no Tênis. “Não tenho como não comemorar. Pessoalmente estou vivendo um momento de plenitude, tanto na minha forma física, família, quanto o auge da minha vida profissional, no ano em que completo 50 anos de idade. Fazendo um retrospecto da minha vida, se pudesse estar frente a frente comigo mesma, há 40 anos, diria: siga em frente e não mude nada!”