Se engana quem pensa que o amor é sentido no coração. A oxitocina, o verdadeiro hormônio do amor, é produzida no hipotálamo – uma região cerebral – e armazenada e secretada pela neuro-hipófise. Sua produção ajuda casais a se amarem e ficarem juntos por muito tempo. É o circuito cerebral do amor trabalhando em plena atividade.
Na arte da conquista e sedução, é o cérebro quem trabalha a todo vapor, preparando o corpo físico e o comportamento para atrair o par ideal. Neurotransmissores e hormônios são responsáveis pela ativação do centro de recompensa, gerando sensações agradáveis e prazer sexual.
A dopamina é um neurotransmissor que aciona o sistema de recompensa e desencadeia a liberação da testosterona que estimula a libido em homens e mulheres. Já a prolactina, também um hormônio, está relacionada com a satisfação sexual e a oxitocina relaciona-se com a sensação de intimidade e aconchego. Sua produção e secreção ajudam as pessoas a se amarem e ficarem juntas por muito tempo.
Durante a conquista, certas áreas do cérebro precisam ser “desligadas” tanto nos homens como nas mulheres, para que outras áreas possam ser ativadas durante a paquera para despertar o desejo e vontade de ter a companhia da pessoa amada. Em especial as amígdalas nos lobos temporais, centro da “defesa” de fuga ou luta, são “desligadas” e centros do prazer são ativados como a área tegmental ventral.
Nas mulheres, o cortex órbitofrontal lateral esquerdo, responsável pelo controle de desejos elementares, silenciam-se também. E então elas podem “relaxar” suas preocupações e simplesmente amar e serem amadas.
O centro do prazer tanto do homem como o da mulher está localizado no hipotálamo. Por isso que, uma pessoa amada é alguém com potencial para acionar a nossa área do prazer hoje e se der tudo certo, para sempre.
É por isso que os nossos pensamentos, desejos e sonhos, gerados e interpretados nos nossos lobos frontais sempre nos impulsiona a pensar na pessoa amada. Principalmente na fase de namoro, na fase da paixão.
Algumas dicas podem ajudar a embalar um amor:
*Sorrir sempre. O sorriso, que é o primeiro ganho neurológico aos dois meses de vida, provoca sensação de bem-estar, aceitação e conforto para quem recebe;
*Beijar muito. Traduz carinho e um bom beijo na boca provoca troca emocional intensa. A sensibilidade dos lábios é uma das maiores sentidas no cérebro humano;
*Ser sincero. Os relacionamentos sinceros fazem com que a qualidade de troca de informações dos cérebros do casal seja livre, rápida e intensa. O amor e o prazer podem se manifestar em toda sua plenitude.
Dr. Fernando Gomes é professor Livre Docente de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas de SP e há 12 anos atua como comunicador. É também autor de nove livros de neurocirurgia e comportamento humano. @drfernandoneuro