O editorial passado “A voz que não quer calar”, foi super acolhido por nossos leitores, aos quais aproveito para agradecer esta recepção carinhosa e pelos elogios recebidos. O último parágrafo foi a pergunta: “O que fazer?”, cuja resposta foi: fazer “as pazes” com a vozinha que não quer calar e sempre nos puxando para baixo. Fui muito questionado sobre como fazer estas “pazes” e para tanto lembrei de um artigo que publiquei há alguns anos e que trato do tema de como levar “porradas” ou as sacudidas da vida, conforme segue:
“Não, meu amigo leitor, não estou treinando boxe e nem nada disto. Apenas estou transcrevendo algumas considerações que, enquanto terapeuta, tive a oportunidade de observar. Regularmente os que me procuram, o fazem por indicação de algum colega, e depois de já terem passado por alguma terapia sem, contudo, obterem o resultado esperado. Na sessão de anamnésia (primeira consulta), já posso constatar uma certa semelhança nos problemas que me trazem, e todos de uma extrema ordem de grandeza para cada paciente. Pois bem, aqui começam minhas anotações, as quais, espero, possam ser de utilidade para você também.
Embora semelhantes, cada paciente acha que o seu problema é o maior do mundo, e de fato para ele é. O engraçado é que, após umas poucas sessões, estes “grandes” problemas passam a significar praticamente nada, ou apenas uma experiência de vida. Você deve estar se questionando qual a “mágica” empregada, se é que autoconhecimento pode ser chamado de mágica. A palavra chave chama-se “reconsideração” ou “ressignificação” e está diretamente ligada a outra palavra, chamada “atitude”. Em outras palavras, o tamanho de um determinado problema está na ordem direta da atitude que você toma em relação a ele. Assim, um ‘probleminha’ para mim, pode ser um ‘problemão’ para você e vice-versa.
Pare um pouco para pensar e pergunte-se qual é o tamanho do problema que lhe aflige neste momento, depois imagine-se flutuando como se fosse um “fantasminha”, indo em direção às estrelas. Muito bem. Agora, já no meio de nossa Via-Láctea procure enxergar a Terra, e você verá apenas mais um pequeno ponto brilhante no meio da imensidão do universo; agora, olhando para este ponto luminoso, procure por você e por seus problemas. Que tal? Tem o mesmo tamanho de antes? Este foi um exemplo típico de uma técnica de ressignificação e é evidente que existem outras técnicas; contudo, todas nos levam ao autoconhecimento.
– Mas, Claudinei, ainda não sei onde entram as “porradas”.
– Bem lembrado, com certeza você já ouviu falar em “resiliência”, que é a propriedade física de um material voltar às suas formas originais, após sofrerem um determinado esforço. Qual é mais resiliente: o eucalipto ou o bambu? Pois, basta deixar os dois em um vendaval: o eucalipto pode quebrar e já era, enquanto que o bambu apenas enverga. Está claro isto?
Então, aqui está a sua resposta. Quanto mais aprendermos a ressignificar os nossos problemas, mais resilientes nos tornamos, o que psicologicamente significa aprender a lidar com os percalços que a vida nos impõe, ou seja, ser pós-graduado na arte de ‘levar porradas’. A equipe MercNews é especialista em ressignificação, e por isto só mostra o lado bom da vida.”
Um forte abraço e faça como nós. Aproveite cada dia de sua vida e não permita que qualquer idiotice possa estragá-lo.
Claudinei Luiz