Depois de uma longa e premeditada pausa nas atividades literárias, fui convocado pelo editor desta publicação, meu fraternal amigo Claudinei Luiz. Não poderia recusar tal deferência e aqui estou, lépido e fagueiro!
O ano de 2022 está nos seus estertores e, certamente, deixando um sabor amargo para aquelas pessoas comprometidas com a paz universal. Mal nos recuperamos de uma aterradora pandemia provocada por um vírus letal, que ceifou milhões de vidas humanas, nos deparamos com a escalada de um conflito armado, a partir do dia 24 de fevereiro, cujo início remonta a fevereiro de 2014. A Guerra Rússia-Ucrânia, segundo estimativas, consumiu cerca de 350 bilhões de dólares norte-americanos, um saldo de mais de trinta mil mortos e aproximadamente 14 milhões de desabrigados. Mais de 140 mil edificações destruídas. Uma tragédia inominável!
Os conflitos armados sempre estiveram presentes na história da humanidade. Contudo, a Guerra Rússia-Ucrânia, com suas perdas, nem de longe é comparada a outros de grande magnitude. Citarei alguns: Guerra dos Trinta Anos (de 1618 a 1648), número estimado de mortos: 3.000.000 a 11.500.000 pessoas: Guerras Napoleônicas (de 1804 a 1815), número estimado de mortos: 3.500.000 a 6.500.000 pessoas; Investidas de Tamerlão (de 1369 a 1405), número estimado de mortos: 15.000.000 a 20.000.000 pessoas; Primeira Guerra Mundial (de 1914 a 1918), número estimado de mortos: 15.000.000 a 65.000.000 pessoas.
Os humanos se envolvem em disputas territoriais desde a Idade da Pedra, isso é inegável. Não obstante, o avanço da tecnologia aperfeiçoando as “máquinas de matar” parece não ter freio. Até mesmo as discussões envolvendo questões políticas deveriam ser menos conflituosas. A cada final de ano elevamos nossas preces ao Criador, na esperança de que tenhamos um mundo melhor nos próximos anos e que os seres humanos sejam mais fraternos e menos beligerantes. A Paz foi, é e sempre será o ponto mais importante da pauta a ser considerada nas relações humanas. Devemos observar o mundo em que vivemos e meditar sobre o mundo que queremos deixar como legado para os nossos descendentes. Nada nos custará ter em mente e colocar em prática o ensinamento cristão: “Ame o seu próximo como a si mesmo”.
Amigos leitores, finalizo deixando registrado o meu apelo para o bem de todos: Paz aos homens de boa vontade!
“A esperança não traz confusão e sim discernimento, porque o discernimento é a voz da razão”!
João Bosco dos Santos é membro da Academia de Letras da Grande São Paulo.