Bom Senso é um conceito utilizado na argumentação estritamente ligada às noções de sabedoria e de razoabilidade, e que define a capacidade média que uma pessoa possui, ou deveria possuir, de adequar regras e costumes a determinadas realidades considerando as consequências, e assim poder fazer bons julgamentos e escolhas.
O Bom Senso vai muito além da capacidade de distinguir o certo do errado. O Bom Senso está diretamente relacionado à capacidade intuitiva do ser humano de fazer a coisa certa. Ele é um elemento que está ligado à moral, uma alavanca que embora desgastada, ainda sustenta o mundo.
Aristóteles definiu o Bom Senso como: “elemento central da conduta ética, uma capacidade virtuosa de achar o meio-termo e distinguir a ação correta”.
Aos poucos ele vem se tornando raro em nossa sociedade e logo, pela maneira que caminham as coisas, pode ser extinto. Em grupos de WhatsApp, quando chega uma notícia de falecimento de alguém ligado ao grupo ou de relevância para sociedade, algumas postagens de “pêsames” surgem, mas logo em seguida retomam-se as ridículas amenidades e postagens inócuas ao momento, até piadas entram em cena. Talvez o administrador devesse também eleger o “um minuto de silêncio” no grupo em respeito ao fato, melhor seria “doze horas de silêncio”, para dar tempo de o Bom Senso prevalecer.
O trânsito também é um termômetro indicador da extinção do Bom Senso, o comportamento das pessoas está cada vez mais distante do que seria ideal para uma sociedade que se respeita e pratica a gentileza. Crimes estão sendo cometidos por motivos fúteis até mesmo na compra de um simples sanduíche, ou num atendimento de loja, assim como guerras impiedosas ainda envergonham a história da humanidade.
Podemos nos direcionar para o melhor, mas as escolhas estão pendendo para o pior, nos preparamos para muito e falhamos por menos. A sobrevivência de uma sociedade não depende apenas de seu poder político, religioso ou econômico, a história já demonstrou isto com a queda de grandes impérios.
Onde não há Bom Senso não há esperança de coisas promissoras acontecerem e fragmentos da humanização ficam pelo caminho.
Cesar Romão é palestrante e escritor, com livros publicados em diversos países.
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