Você conhece as avaliações que diagnosticam autismo tanto em crianças como em adultos? Hoje temos ferramentas como o Autism Diagnostic Observation Schedule (ADOS -2) e a Escala de Diagnóstico do Autismo e a Autism Diagnostic Interview – Revised (ADI-R)
Estudo publicado na Jama Pediatrics com 12.554 pessoas revelou um número de prevalência de autismo entre crianças e adolescentes nos Estados Unidos de 1 autista a cada 30 crianças. É um número alto que chama a atenção de pais, médicos e terapeutas. Por isso, se atentar a ferramentas que trabalham com diagnóstico se tornou uma necessidade, isso porque viver na incerteza sobre um diagnóstico do espectro autista pode gerar frustrações e sofrimento emocional, isto tanto para crianças como para adultos. O sentimento de ter “algo errado” é um grande causador de estresse e ansiedade para ambos os casos.
No Brasil, o diagnóstico do espectro autista só pode ser feito por médicos neuropediatras e psiquiatras. Já nos Estados Unidos os terapeutas com certificados dos cursos avançados ADOS e ADIR também podem laudar. Por aqui, quem tem os cursos pode auxiliar os médicos.
O primeiro passo para começar a avaliação é que os familiares observem o cotidiano das crianças. Isso é indispensável para uma investigação de um diagnóstico, até mesmo no caso dos adultos. Por exemplo: preste atenção na interação social dentro da família, escola e amigos, anote os pequenos detalhes do dia a dia e ações frequentes. Essas informações são fundamentais e as avaliações, já falando de maneira clínica, são escalas que ajudam os profissionais não só no diagnóstico, como também entender quais as terapias são mais eficazes para cada caso.
As avaliações ADOS-2 e ADIR contam com maneiras de esclarecer as suspeitas de pais e especialistas em relação ao que realmente acontece com seus filhos.
Qual é o significado delas?
O ADOS-2 é uma escala de observação. Já o ADIR é uma escala de entrevista. Elas são complexas, amplas e contêm muitas divisões e itens bem específicos para seu uso.
Essas duas escalas servem de ponto de partida para observar a evolução da bebê/criança/adolescentes /adulto a partir do diagnóstico. Então, se as escalas estão mostrando um determinado grau de autismo ou prejuízos específicos em alguns scores em ambas; com o passar dos tempos e com as intervenções, repete-se a aplicação das escalas para ver se a criança está definitivamente melhorando ou não.
As escalas ADOS-2 e ADIR são importantes também para mostrar se o indivíduo está demonstrando uma melhora significativa em um eixo de comportamento do que em outro. Isso dá uma confiabilidade maior para a equipe que está intervindo no autismo da criança, além de dar segurança aos pais, sobretudo para que eles possam ver a eficácia dessas escalas no tratamento.
Para o diagnóstico tardio, especialmente de adultos e idosos, ela é realmente necessária pois consegue captar minuciosidades dos sintomas do espectro.
Importante frisar que para o profissional executar estas avaliações ele deve ter a acreditação e a formação pela Universidade de Barcelona e aceitadores oficiais.
Thainara Morales é psicopedagoga, pós-graduada em neurociências, creditada pela Universidade de Barcelona em avaliações ADOS e ADIR e diretora da Clínica Arte Pisco