Lutar pela prevenção como melhor forma de fazer tratamento sempre foi o meu desejo, mas nunca foi uma tarefa fácil. O mercado da saúde está muito mais voltado para o tratamento das doenças do que sua prevenção. Vemos isso pelas cifras estratosféricas do mercado farmacêutico. Apesar disso, prevenir sempre me pareceu o caminho mais honesto.
A pandemia da Covid-19 trouxe uma coisa boa, se é que podemos falar isso: a consciência preventiva de cada indivíduo para o centro da questão. Hoje, percebemos os pacientes querendo ter mais protagonismo sobre o seu próprio destino em saúde/doença. Afinal de contas, se tomar uma vitamina pode fazer diferença, por que não tomar?
Foi nessa onda, como um dos líderes do país em um grande movimento preventivo (que envolve a Medicina Integrativa e Funcional) além de pioneiro da chamada Medicina do Estilo de Vida, que a imprensa tem demonstrado maior interesse em nossa voz. Recentemente fomos chamados a participar de podcasts interessantes sobre prevenção e longevidade (como o do SBT) e fomos matéria de capa da Revista IstoÉ por duas vezes com os temas: “Ansiedade, o mal brasileiro” e “Como a ciência está driblando a morte”.
Na primeira matéria o assunto foi ansiedade, tema no qual o Brasil é campeão mundial. Costumo dizer que “o ansioso de hoje é o depressivo do amanhã e o demente do futuro”. Dados apontam que 50% dos ansiosos evoluem com depressão além de perda cognitiva progressiva. Citei que “80% das condições que mais nos fazem adoecer e morrer podem ser prevenidas e, até mesmo, revertidas com mudanças do estilo de vida”. Comer bem, se movimentar, dormir adequadamente em tempo e qualidade, cuidar do estresse, evitar drogas de abuso e viver em comunidade fazem parte desses pilares.
A segunda matéria foi sobre longevidade, tema pelo qual sou apaixonado e confesso estudar muito. Hoje sabemos sobre os chamados ‘Marcadores do Envelhecimento’ e temos meios de atuar sobre eles na ativação de ‘Caminhos da Longevidade’. Os pilares citados acima são a marca das comunidades mais longevas do mundo, as chamadas ‘Blue Zones’. Estratégias como restrição calórica, jejum intermitente e uso de algumas moléculas também podem ajudar bastante nesses caminhos. Contamos com a colaboração de alguns cientistas americanos, entre os quais cito meu amigo pessoal, Dr. David Katz, da Universidade de Yale-USA. Ele é o idealizador de um movimento global de reforma em saúde chamado True Health Initiative, do qual sou diretor nacional. Vale a pena a leitura!
Dr. Fábio dos Santos (@doutorestilodevida).
Pioneiro em Medicina do Estilo de Vida no Brasil, trabalha com os conceitos de Medicina Funcional e Integrativa. Cardiologista e pós-graduado em Nutrologia, é palestrante, escritor e colunista em saúde.