Desde o início do meu trabalho com crianças autistas, percebi que os animais, em geral, são grandes aliados das terapias. Eles acalmavam as crianças e ajudavam a desenvolver a concentração. Logo, percebi que a equoterapia (terapia com cavalos) seria fundamental para trabalhar com os pequenos de maneira global e completa.
A prática já é reconhecida pelo Conselho de Medicina desde 1998 e é uma excelente ferramenta para trabalhar distúrbios emocionais e fisiológicos. Para as crianças autistas, a equoterapia traz mais confiança, equilíbrio, concentração e momentos prazerosos.
Muitos pais que levam seus filhos na terapia com cavalos voltam com relatos emocionantes: “Ele está com uma coordenação motora muito melhor”, “se sente mais confiante”, entre outros. Mas é importante reforçar que a prática da equoterapia exige o acompanhamento de vários profissionais habilitados em diferentes áreas. Segundo a ANDE-BRASIL (Associação Nacional de Equoterapia), a orientação é que o equoterapeuta deva ser um profissional da área da saúde que atue em reabilitação física ou mental ou um profissional da área educacional com curso de formação na área, reconhecido e credenciado no Brasil.
Os benefícios da equoterapia são muitos, pois o movimento do cavalo ajuda no sistema motor e, além disso, a modalidade se destaca como recurso terapêutico por proporcionar muito prazer a quem a pratica, visto que é realizada num ambiente tranquilo, ao ar livre e com a disponibilidade de vários recursos, proporcionando variados sentimentos e emoções que despertam muita alegria e, consequentemente, melhora na qualidade de vida.
Para os pais entenderem melhor, o paciente na equoterapia, além de andar no cavalo, recebe algumas demandas específicas como, por exemplo, cantar ao mesmo tempo em que cavalga, jogar bola enquanto está em cima do animal, contar os números, entre outros exercícios. Além disso, as crianças participam da rotina do cavalo e aprendem sobre sua alimentação e hábitos.
A equoterapia hoje é uma grande aliada e os resultados trazem mais qualidade de vida para as crianças. Que tal experimentar?
Thainara Morales é pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia clínica e institucional, pós-graduada em análise do comportamento aplicada, com MBA em gestão de pessoas, liderança e psicologia positiva, mestranda em neurociências e proprietária da Clínica Arte Psico