Neste mês de maio, no qual se contempla a comemoração do “Dia das Mães” e embora, mais uma vez eu reforce que sou contra estas datas comemorativas, principalmente para as mães – a minha, enquanto viva, comemorei sua existência todos os dias e depois que partiu comemoro a sua eternidade -, quero aproveitar a energia do mês para, por meio de uma metáfora adaptada do texto de José Orlando Nussi, ilustrar o conceito de “ser mãe”.
Uma senhora, ao apresentar-se em uma repartição pública para requerer alguns documentos, foi solicitada a relatar qual era sua profissão, ou se tinha um trabalho. Ela, após um momento de hesitação, respondeu:
-Sou mãe.
-Nós não consideramos ‘mãe’ um trabalho; vamos colocar ‘dona de casa’, -, retrucou o funcionário, cinicamente.
Passado algum tempo, outra jovem senhora que havia lido esta história, ao encontrar-se em situação idêntica e vendo que a atendente era uma funcionária de carreira que demonstrava bastante segurança ao interpelar: – Qual a sua profissão? – sem pestanejar, respondeu:
– Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas. Com interesse redobrado, a funcionária disse:
– Posso perguntar o que a senhora faz exatamente? Calmamente, ela respondeu:
– Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo (dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família) e já recebi três projetos (um menino e duas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguém discorda?) e com carga horária próxima de 24 horas por dia.
A funcionária acabou de preencher o formulário e com muito respeito acompanhou-a até a porta.
Ao chegar em casa, orgulhosa com o novo título em seus documentos, foi calorosamente recepcionada por sua equipe: uma menina de oito anos, outra de cinco e no andar de cima, testando sua capacidade oral, o seu novo experimento, um bebê de oito meses de idade.
Dispensável dizer o quão triunfante ela se sentiu. Uma doutora, na arte de viver!
“Maternidade…, que carreira gloriosa”.
Parabéns, mamães, vocês realmente são doutoras.
Um forte abraço e boa leitura.
Claudinei Luiz