Eu e milhões de idosos estamos hibernando no país tropical desde março 2020. E desde lá fomos somando os familiares, amigos e conhecidos infectados e infelizmente muitos morreram, em consequência da covid-19.
A retrospectiva
Em 31 de março de 2020 (…) “Informações disponibilizadas pelas secretarias estaduais de saúde indicaram 4.683 casos de covid-19 em todo o País. Chega a 167 o número de pessoas mortes pelo coronavírus, depois de confirmado o segundo óbito nos estados do Amazonas e Minas Gerais”.
(*) 30 de setembro de 2020: “Após período relativo de estabilidade, o Brasil mostrou um aumento no número de óbitos pela covid-19, atingindo naquele dia a marca acima de 1.000 óbitos, precisamente 1.031 óbitos em 24 horas.
O número de óbitos acumulados até o período é de 143.952, com um total de 4.810.935 casos confirmados acumulados até o período. No dia 25 de setembro, o País já havia ultrapassado a marca de 140 mil mortes por covid-19.”
(*…) 17 de março de 2021: “Foram registradas 2.736 mortes pela covid-19 neste dia, o que totalizou 285.136 óbitos por causa da pandemia no Brasil. A média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 2.031, ou seja, pela primeira vez acima da marca de 2 mil. Até o dia 17, eram 56 dias seguidos com média móvel de mortes acima da marca de 1 mil. 90.830 casos de coronavírus foram confirmados no último dia.” (…)
Voltando aqui e agora: privados do convívio familiar e social, passamos a ignorar os telejornais e programas de rádio, que ao longo das nossas vidas nos mantinham informados. Mantivemos os televisores e rádios desligados, nos apegamos às redes sociais e telefones para “teclar” diariamente com familiares e amigos. Abraçar filhos e netos? Nunca mais, até agora. No máximo aquele gesto de tocar as mãos fechadas, como um “soco carinhoso”. Em seguida, álcool gel em profusão. Antes e depois, álcool gel, gargarejos, lavagens nasais, cuidados especiais de desinfecção a cada retorno ao lar. Se antes da pandemia tomávamos banho antes de sair de casa, agora deixamos o banho para o retorno ao lar, mesmo que a saída tenha sido somente para a caminhada diária indispensável, em locais de pouco movimento. Todos os alimentos e gêneros comprados nos supermercados são lavados e higienizados rigorosamente, ao retornarmos ao lar.
Mas, quantos podem fazer isso, tomar todas essas precauções? Somente uma minoria. A maioria da população tem que se expor, tem que trabalhar, usar o saturado transporte público, tem que se dedicar a proteger, salvar vidas. Nessa Guerra Mundial não decretada, todos serão atingidos, de uma forma ou outra. Estamos vivendo a maior catástrofe mundial. A exemplo de outras calamidades desde o início dos tempos, a humanidade irá superar, o povo ordeiro irá reconstruir, criar, progredir. A fé é o fermento da esperança. Seguir em frente é preciso. É atávico, é transcendental. É humano.
Juares de Marcos Jardim o Sacy Pererê do Grande ABC é WebRepórter ABCD Rádio Livre. Escritor, historiador e percussionista.